quando escolhemos o xadrez como uma de nossas atividades, quer seja no âmbito profissional ou amador, somos tomados pela paixão com que ele nos arrebata. Ninguém consegue ficar impassível diante do tabuleiro, peças, relógio e adversário que encontramos pelos torneios que disputamos. É um amor febril que nos consome e que fica difícil para os não iniciados entender; o que se passa na cabeça daqueles que gastam tempo frente ao conjunto de bonequinhos medievais movendo-os de quadrado em quadrado até que, sem motivo aparente, alguém seja declarado vencedor? Esse é o questionamento dos muitos que não praticam nosso esporte. Só os enxadristas se entendem.
Tudo que nós, os adoradores de Caissa, queremos é: local, um mínimo de organização e um motivo para darmos vazão a nossa paixão. Se tiver um título em disputa, troféus, medalhas, prêmios... ótimo! Havendo um clube onde se possa praticar, treinar, estudar... perfeito! O que dizer se, além disso tudo, existir uma estrutura organizada, que faça cumprir horários, que respeite regulamentos (que deve ser do conhecimento de todos os participantes) e que, principalmente, ouça os clubes e seus atletas antes de tomar qualquer decisão mais importante... aí seria o Paraíso!! Um xadrez que não tivesse dono e, ao mesmo tempo, fosse de todos. Mas, infelizmente, não é bem assim.
O enxadrismo fluminense foi loteado em capitanias hereditárias em que pouquíssimos se arvoram no direito de decidir por muitos. Não se prestam contas, não se esclarecem fatos duvidosos, não se respeitam os praticantes e os clubes. Alguns acham que podem se eternizar outros acham que podem escorraçar. Esse quadro vem sendo pintado ao longo dos último anos e os acontecimentos recentes só deram cores mais vivas. Sinceramente, não acredito que alguém, em sã consciência, esteja satisfeito com os rumos que o xadrez do Rio de Janeiro tomou. Brigas, brigas, brigas,...
BASTA!
Não precisamos, para jogar xadrez de forma organizada, estarmos atrelados as entidades hoje constituídas, ficarmos esperando horas para o início das partidas, ter a rodada retardada pelo enésimo erro de emparceiramento, termos de ouvir discursos intermináveis na cerimônia de premiação, nos contentarmos com local barulhento e inadequado para um evento de xadrez.
O que, no meu entender, precisamos, e muito, é termos voz ativa no enxadrismo fluminense. Tomarmos as rédeas da organização do xadrez, que afinal é para nós mesmos, e sermos senhores do nosso esporte.
O que estou propondo aqui, a todos vocês, é a organização da LIGA INDEPENDENTE DE XADREZ DO RIO DE JANEIRO. Já conversei reservadamente com algumas pessoas que sempre demonstraram mais amor ao xadrez que a política e a ideia foi muitíssimo bem aceita e por muitos. Ponderamos que vai ser uma tarefa trabalhosa. Sim, será! Não nos iludamos com relação a isso. Porém, o mais importante é a vontade de se fazer somente xadrez. Respeitando outras entidades, pois o objetivo não é acabar com o que já está estabelecido. Queremos oferecer alternativas e conviver em conjunto como já acontece em outros estados, tendo seu funcionamento amparado pela Lei Pelé.
Sim, nós podemos. Basta querermos. Eis o que, juntos, somos capazes de realizar:
Torneios programados com tempo necessário para os atletas se prepararem; começando e terminando nos horários estabelecidos; classificação disponível para todos acessarem; locais adequados em termos de tamanho, iluminação e com o mínimo de ruídos; material necessário para que todos possam jogar; premiação condizente com a importância do evento; apoio as categorias de base fomentando (de verdade!) a prática do xadrez escolar.
E o principal: todos sendo responsáveis pelas decisões, desde da eleição da diretoria até a aplicação de toda verba que a LIGA consiga angariar.
Em breve, neste espaço, haverá a convocação para reunião com todos que queiram participar. Todos estaremos lá decidindo o futuro que entendemos ser o melhor para o xadrez do Rio. Sem brigas. Apenas com um pensamento: XADREZ!
Entre em contato caso queira sugerir ideias e tirar dúvidas através do e-mail: xadrezcarioca@gmail.com
Uma LIGA pra mim, pra você e de todos.
De todos os enxadristas, e só nós nos entendemos!
Nós podemos. Nós queremos.
AMORIM
3 comentários:
Amorim, muito boa a idéia. Precisamos resgatar o que ainda de bom existe. Nada melhor, que começarmos do zero, com a LIGA.
Historicamente, resgatando as boas idéias do falecido e sempre presente RAIMUNDÃO, enxadrista de Nilopolis e que teve uma vez a idéia de criar uma liga, que resgatasse o que de bom existe no xadrez. Tentei levar idéia adiante, mas, levantada por um icone do xadrez como vc, Amorim, creio que terá tudo para ir a frente. Conte comigo, mesmo que os meus jogadores prefiram ficar na FEXERJ, eu, Manoel Antonio Migueis, estarei em apoio a LIGA, sem que haja outra intenção do que o resgate da dignidade, da ética, do respeito, que sempre deve haver no xadrez. Um abraço, e leve a idéia a frente.
Migueis.
Amorim, no meu segundo blog > associacaofluminensedexadrez.blogspot.com está lançada a CARTA ABERTA.
Um abraço, Migueis.
Por mim, tudo bem. Mas menciono desde ja, estarei jogando aonde achar que eh interessante pra mim, ou seja, se a fexerj fizer um bom torneio estarei la, se a liga fizer um bom torneio estarei la, se o Darcy fizer um bm torneio estarei la! O mais importante eh se divertir jogando.
Vinicius Rego
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