Caros amigos,
nesse período de transição entre 2009 e 2010, quando notícias sobre o enxadrismo fluminense são escassas, o XADREZ CARIOCA optou por transcrever o conto "O Peixe, o Pescador e a Isca", livre adaptação do autor deste blog de "Assembleia de ratos", de Jean de La Fontaine. Para quem não recorda, essa fábula é aquela em que os ratos se reúnem para decidir como se precaver contra as investidas do gato, até que um deles tem a brilhante ideia de colocar um guizo no pescoço do felino, porém, não ninguém se oferece para a tarefa.
Com vocês:
O PEIXE, O PESCADOR E A ISCA. (OU OTTO LARA RESENDE)
Era uma vez um grupo de pescadores que se sentiam cansados por pegarem apenas pequenos peixes. Embora os produtos de suas pescas fossem ridículos peixinhos de aquário, todos loroteavam conquistas típicas dos maiores pescadores. Uns anunciavam terem pego tubarões, outros com seu arpão de bambu alvejavam baleias, alguns anunciavam a meio mundo que uma lula gigante enroscou-se em suas redes. É compreensível as fantasias boladas por eles, porque viver na mediocridade não deve ser nada fácil. Certo dia eles estão, como sempre, reunidos a beira do cais com suas varinhas de pescar flácidas e seus samburás vazios. Eis que um deles avista o maior peixe que já tinha aparecido por aquelas águas. Não era exatamente um peixão, mas para os pobres pescadores equivalia a um monstro dos mares. Conversa daqui, cochicha dali, até que decidem juntar forças para tentar pegar o bichinho. Todos concordaram que seria necessário juntar forças, planejarem, etc. Qual o tipo de vara usar? Em que lado do cais ficariam? Que tipo de isca seria a ideal? Esta última questão foi a que levantou mais discussões. Sugeriram camarão, mas o que tinham era somente miolo de pão. Como bons pescadores não desistiram: moldaram, pintaram e enfeitaram o miolo de pão de tal forma que, a vista deles, claro, ficou igualzinho a um camarão. Lançaram a isca e ficaram esperando que ela atraísse o alvo da sua cobiça. Mas essa história tem mais um personagem, o peixe. E ele olhou, rodeou, olhou novamente e sentiu que aquele camarão bonito, vistoso tinha algo de errado. Foi então que o arisco peixinho chamou o baiacu, que num piscar de olhos inflou-se e com uma abocanhada só devorou a isca, o anzol e parte da linha. Os frustrados pescadores voltaram para casa, passaram na peixaria para comprar o peixe do jantar e continuaram a lorotear. A isca, já dentro da barriga do baiacu, entendeu que em briga de peixe e pescador só quem perde é ela.
Moral da estória: essa história não moral nenhuma!
AMORIM
30 de dez. de 2009
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Um comentário:
Mestre Amorim
Parabens pela fabula! Seu site cada vez está melhor.
Feliz 2010
Abraço
GM Darcy Lima
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